Falar para ser entendido

Willy Brandt dizia “If I’m selling to you, I speak your language. If I’m buying, dann müssen Sie Deutsch sprechen!”

As ferramentas de tradução automática são excelentes. Quando precisamos de perceber um texto que está escrito numa língua que não entendemos, muito facilmente ficamos a perceber o seu teor geral ao utilizá-las. A sua existência veio facilitar muito a nossa.

Quando estamos a falar de comunicação institucional, onde uma empresa pretende vender num país estrangeiro, recorrer a este tipo de tradução é uma má ideia. Os textos que resultam destas traduções aparecem com bastantes erros e com formas sintáticas que não são naturais na língua alvo. A situação agrava-se ainda mais quando os textos de origem têm erros e uma sintaxe incorreta. O resultado é desastroso.

Já tive oportunidade de ler muitas coisas constrangedoras, como por exemplo um falante português despedir-se num e-mail com um “abraço” o que o tradutor automático verteu para francês como “étreinte”, forma que um francófono nunca utilizaria. Apresentar-se num mercado com uma linguagem que soa estranha aos seus falantes é meio caminho andado para dar uma imagem pouco credível.

Existe também um certo mito de que se uma página estiver traduzida para inglês, isso já é o investimento necessário e suficiente para abordar todos os mercados internacionais. Não é verdade.

Não podemos assumir que todos falam a nossa língua, nem sequer podemos assumir que todos falam a língua inglesa. Se queremos vender, temos que nos dirigir aos clientes de uma forma que eles reconheçam e cimentar a confiança e credibilidade através da linguagem correta.