Tradutores – A importância de investir em equipamentos de qualidade
Olá, Fazters!
✍ Os tradutores profissionais debatem bastante o elevado custo da nossa atividade. Temos de investir em equipamento e software específicos, que não são propriamente acessíveis.
Este tema surge muito a propósito da perceção de que a tradução é uma atividade menor e não há uma noção realista de que um verdadeiro profissional é obrigado a fazer um investimento relevante para desenvolver o seu trabalho.
Como disse, este investimento passa pela aquisição de licenças de software, equipamentos, quotas de associações e, para além disso: tempo. É necessário bastante tempo para a gestão do negócio, para tratar de questões burocráticas (impostos, faturas, cobranças), gestão de redes sociais e páginas pessoais, reuniões.
📚 Portanto, a perceção de que o tradutor é apenas um dicionário ambulante 😅 está longe de ser verdade.
Investir em equipamentos é fundamental para a nossa profissão, sobretudo porque passamos muito tempo sentados, utilizamos intensamente o teclado e o rato, o que pode provocar problemas na coluna, nas mãos e nos pulsos.
🍀 Eu tive a sorte de ter bons mentores que me aconselharam a investir em equipamentos de qualidade. Por exemplo, uma colega de pós-graduação, que já trabalha na área há bastante tempo, quando fiz uma lesão na base do polegar ao legendar um programa de TV, recomendou-me imediatamente o uso de um apoio de pulso.
⏳ Na nossa profissão, o objetivo é fazer o menor esforço possível com os dedos e as mãos para evitar lesões e otimizar o tempo.
Na Translation Summit 2022, uma das oradoras – Nora Díaz – debruçou-se sobre esta questão, reiterando que os profissionais da nossa área não devem comprar equipamentos aleatoriamente. Todas as compras devem ser pensadas e intencionais. Foi interessante saber que o equipamento de gaming é muito adequado para o nosso trabalho.
Aqui estão alguns equipamentos essenciais para tradutores:
🖥 Ecrãs – ter dois ou três ecrãs permite-nos abrir a API, o texto original e o glossário simultaneamente, tornando a pesquisa mais fácil. O ecrã maior, dividido em duas partes, permite-nos aceder a dois documentos A4 simultaneamente. Às vezes, até uso meu iPad como um terceiro ecrã.
💺 Cadeira – a cadeira deve ter um bom apoio lombar e os braços devem ter regulação em altura, para que trabalhemos permanente com o braço apoiado.
⌨ Teclado – percebi a vantagem de um teclado mecânico na conferência da Nora Diaz. O esforço necessário para digitar é muito menor, e até podemos escolher a intensidade das teclas. No meu caso, optei por um teclado de gamer e estou muito satisfeita com o conforto que ele proporciona.
✍ Apoio de pulso – trabalhar com o pulso apoiado e não suspenso no ar é essencial. Se passarmos muitas horas digitando com o pulso suspenso, sentiremos dor e facilmente contrairemos lesões.
🖱 Rato – os ratos ergonómicos são uma tendência, mas nem toda a gente se adapta a eles. O que eu comprei não era a melhor opção, tive de deixar de o usar e agora estou a testar um muito leve e fino, com um cursor rápido que funciona sem muito esforço.
💡 Atalhos – aprender atalhos para usar o software evita que façamos muitos movimentos com o rato. Devemos aprender tantos atalhos quanto possível para evitar forçar os pulsos.
Para quem está a entrar agora neste mundo da tradução, eu recomendaria que o investimento no equipamento fosse intencional, a pensar nas questões ergonómicas e de produtividade. É preferível ir passo a passo e adquirir material de qualidade. Este investimento vai beneficiar a produtividade e protege a sua saúde.
Este é o meu posto de trabalho. Agora já sabe onde passo meus dias